sábado, 26 de novembro de 2011

Compressor de anel líquido.


O uso do ar comprimido em hospitais é amplo e se dá, entre outras maneiras, no transporte de substâncias medicamentosas para pacientes por via respiratória, como fração gasosa na ventilação mecânica, na movimentação dos equipamentos, como agente de secagem e limpeza, como fonte de vácuo do princípio do venturi etc.
O compressor de anel líquido.O ar deve ter sua qualidade assegurada e ser isento de microorganismos patogênicos, substâncias oleosas, água, poeira e outros elementos que não fazem parte da sua composição.
Para que isso ocorra, é necessária a montagem correta e a manutenção adequada da central de ar comprimido, além de uma monitorização constante destes parâmetros.
Instalando o ar comprimido
Na instalação básica, devem ser utilizados, no mínimo, dois compressores, um reservatório, um sistema de filtragem e desumidificação e um programa de manutenção preventiva adequado à central, à rede e aos dispositivos relativos ao processo.
Por que dois compressores?
Esta necessidade é justificada, primeiramente, pela manutenção de níveis de segurança, no que tange às interrupções do fornecimento de ar comprimido.
O aumento da vida útil na instalação e a segurança dos pacientes, referentes ao fornecimento de gás, também são fatores que devem ser considerados.
Um dos compressores é posto em funcionamento enquanto o segundo fica de reserva ("em stand by"), para o caso de o primeiro não conseguir fornecer a quantidade de ar necessária.
É indicado um rodízio entre os compressores, isto é, uma alternância no funcionamento,  que deve ser necessariamente automatizado; no caso de ser manual, deve-se fazer o revezamento no máximo após 200 horas ou 30 dias de funcionamento.
Recomenda-se a instalação de um horímetro em cada compressor, para o controle e manutenções preventivas
caso de uma unidade de anel líquido, o local de instalação deve possuir ponto de fornecimento de água e, preferencialmente, um reservatório cujas dimensões permitam mantê-lo funcionando em caso de falta de água, até que o abastecimento seja restabelecido.
A área reservada para a central de ar comprimido deve ser suficiente para permitir o acesso aos compressores, facilitando os trabalhos de manutenção e inspeção.
A qualidade do ar na central deve ser a melhor possível.
É justamente por isso que o compressor precisa ficar distante de fontes infectantes  como as de exaustão da área contaminada da lavanderia ou do ar da central de vácu, de motores de combustão interna, como nos grupos geradores e nas garagens, e dos locais de manipulação de materiais infecto-contagiosos.
Compressores
O compressor de uso medicinal deve assegurar a seguinte condição: a instalação elétrica deve ter a capacidade de, no mínimo, manter dois compressores funcionando com folga sempre que houver necessidade.
Tipos
O modelo mais adequado ao uso hospitalar é o compressor de anel líquido. Nele, o ar é comprimido por uma anel líquido excêntrico.
A vantagem maior deste tipo é a eficiência na retenção de poeiras e microorganismos, proporcionada pelo contato do ar com a água (líquido usado como selo mecânico).
Outro fator importante é que a vida útil deste compressor é maior quando comparada com a de compressores alternativos a pistão.
O reservatório A central de ar comprimido deve ter um reservatório dimensionado para prover determinada quantidade de ar por um período suficiente, de modo a colocar em prática uma alternância de fornecimentos, em caso de paralisações forçadas.
O reservatório deve também ser instalado com uma inclinação de 15º em relação ao solo, ficando a válvula de sangria na extremidade mais baixa.
Este procedimento evita o acúmulo de água no aparelho.
Dispositivos de segurança
Em uma central de ar comprimido, existem vários dispositivos de controle de segurança: pressostato, válvula de segurança, alarme de baixa e alta pressão, pré-filtro, desumidificador e filtros.
Qual a ação destes dispositivos?
pressostato —
é responsável por ligar e desligar o compressor, acionado e desacionado quando a pressão no interior do reservatório atinge o valor crítico inferior e superior, respectivamente;
válvula de segurança — t
rata-se de um dispositivo que deve ser instalado no reservatório central de ar comprimido.
Esta válvula se abre em determinado valor de pressão (pressão de abertura), maior que o regulado para o desacionamento através do pressostato.
Devido à abertura, o dispositivo permite o fluxo de ar do reservatório para o ambiente até que a pressão em seu interior atinja valor menor do que a pressão de abertura.
A partir deste ponto, a válvula se fecha automaticamente.
É aconselhável a instalação de um alarme simultaneamente à abertura da válvula, para indicar um possível erro de funcionamento no controle do sistema.
alarme de baixa e alta pressão —
este é outro dispositivo de segurança que alerta para a manutenção em caso de algum defeito na central. Este alarme é acionado quando a pressão do reservatório está menor do que o valor crítico inferior.
Isso pode indicar duas situações: o pressostato não enviou sinal para acionar o compressor ou há problemas no acionamento do mesmo, devido a falhas na alimentação elétrica, no motor, na transmissão motor-compressor, ou no próprio compressor;
pré-filtro —
este dispositivo é colocado no ponto de admissão de ar do compressor com a função de promover o primeiro ataque aos agentes contaminantes da atmosfera;
desumidificador —
A função do desumidificador é retirar a água contida no ar.
Ele é instalado após o reservatório, podendo ser mecânico (pela ação da filtragem da água), químico ou por processo de refrigeração; filtro
Um sistema de filtragem adequado para o ar comprimido medicinal é aquele que é capaz de reter microorganismos de tamanho maior ou igual a 0,3µ — condição normatizada para a obtenção do ar filtrado estéril.
Os filtros com esta característica são denominados absolutos, e podem ser instalados logo após o desumidificador, ou em locais onde se exige ar de melhor qualidade (como é o caso das unidades hospitalares críticas).

Riscos inerentes

Para evitar a contaminação do ar comprimido pelo equipamento, é utilizado um sistema de filtragem e de desumidificação, além de testes microbiológicos, realizados na água condensada no reservatório do compressor.
A rede de distribuição do ar deve ser limpa periodicamente e feita mediante pressurização da rede ou de um ramal com N2 (nitrogênio) com pressão maior ou igual a 10 kgf/cm2.
A monitorização dos limites dos agentes contaminantes é um outro fator que deve ser levado em consideração: Limites para contaminantes no ar comprimido medicinal*
COMPONENTES LIMITES
Monóxido de carbono (CO) 5 ppm Dióxido de carbono (CO2) 500 ppm Óleo e matéria particulada 1 mg/m3 Dióxido de enxofre (SO2) 1 ppm Agentes anestésicos 0,1


J.P.Gomes

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